segunda-feira, 3 de agosto de 2009

DISCOS DE SEGUNDA (FEIRA)


DRÊS- NANDO REIS E OS INFERNAIS (2009)
Para inaugurar essa sessão do blog, que tratará de lançamentos, escolhi o mais novo disco de Nando Reis, Drês, que não é exatamente um lançamento, pois já está sendo trabalhado há, no mínimo, uns dois meses.
Pra justificar a falta de "timing", cito como uma das razões para essa escolha a recente passagem do cantor pelas terras potiguares, show que não presenciei por conta de um dilúvio que caía na cidade naquele dia(maldita chuva!)...tudo bem,fica para a próxima.
Em seu mais novo disco junto aos Infernais, Nando Reis investe numa sonoridade bem mais rock, aproximando-se do som que a banda faz nos palcos. Podemos observar isso na maioria das faixas, especialmente "Mosaico abstrato" - de longe minha preferida -que tem um ótimo riff de guitarra (o guitarrista, Carlos Pontual, deve ter se aproveitado da condição de produtor do disco pra puxar sardinha pro lado dele...).
Um aspecto interessante, no que tange ao quesito "banda": há,inegavelmente, uma maior coesão sonora, uma sonoridade mais... banda. A meu ver,Drês não é mais um disco solo de Nando Reis. Drês pode ser considerado um disco também dos Infernais.
Porém, apesar da evidente pegada rocker que permeia o disco, ainda há aquilo que se tornou a identidade, a marca registrada da sonoridade adotada pelo músico em sua carreira pós-Titãs: o violão. podemos vislumbrar isso especialmente no dueto com Ana Cañas em "Pra Você Guardei o Amor", balada bem minimalista, contando apenas com as vozes de Nando e Ana, o violão e uma percussão. Ou seja: apesar da veia roqueira, da maior ênfase nas guitarras, o violão ainda é o instrumento que melhor define o som de Nando Reis e os Infernais. E isso é algo não só importante, mas cada vez mais difícil de se conseguir: preservar seu som enquanto se investe em outras abordagens, mesmo que nem tão experimentais e/ou inovadoras.
Vendo a obra por outro aspecto,pode-se dizer também, sem margem de erro, que Drês é um dos trabalhos mais confessionais da Carreira de Nando Reis. E não precisa ser um fã tiete, daqueles que sabem até o que o cara comeu no café da manhã de 11 de julho de 2007, pra perceber isso. As letras deixam isso de forma bastante evidente,sem rodeios, sem muitas metáforas, simples e diretas em sua maioria. Temos, como exemplo, as bonitas homenagens à mãe (em "Conta") e "Só pra So",onde dessa vez a homenageada é a VJ da MTV Sophia, filha do cantor. Fora que o país inteiro nessa altura do campeonato sabe que grande parte das canções foram inspiradas na ex-namorada do cantor, chamada Adriana(a Dri da música "Hi, Dri", que abre o disco). Há um clima de saudosismo óbvio em muitas dessas faixas, mas não é um disco sombrio,depressivo. Drês é isso: um trabalho praticamente autobiográfico. Se você gosta da carreira solo dele, vale a pena dar uma ouvida.
Leva o selo de qualidade Roque de mesa, reconhecido mundialmente pela equipe que faz o blog.
Até a próxima.

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