domingo, 5 de julho de 2009

Ainda existirão ídolos na proporção de Michael Jackson?

Alguns dias já se passaram desde o ocorrido. E não foi um acontecimento qualquer. Foi, sim, algo de grandes proporções: a maior estrela do pop faleceu. Com isso, veio a reboque tudo o que deveríamos esperar e que já vimos antes várias e várias vezes: a imprensa não falava de outra coisa; e aquela gripe lá que estava tirando o sono de muitos ? E aquele avião que caiu? E o Sarney?

Todo mundo falava de Michael Jackson. Todo mundo que tirava sarro estava falando bem, inexplicavelmente . Todo mundo virou fã de Michael Jackson. O seu vizinho ou vizinha, que só ouvia Banda Calypso e Aviões do Forró, agora ouve Thriller o dia todo. O cara que vende mídias piratas ali na esquina já tem as mais variadas coletâneas de Greatest hits do cantor. Ah, e Thriller está lá, obviamente. Aí você vai no centro comercial da cidade, e todos os lugares onde vendem mídias piratas tocam Thriller. Você vai num barzinho com música ambiente e tocam Thriller. O carro de som que anuncia as ofertas daquela mercearia do bairro com pretensões a supermercado toca Thriller. Você liga o rádio e está tocando Thriller. Você ouve falar do Roque de mesa, um blog bacana sobre música, e acessa o dito-cujo. Não está tocando Thriller. Você sente um momentâneo alívio e aí constata que tem um post bem ali falando de Michael Jackson. Bem, depois de tudo isso, nós podíamos ficar de fora? Que raios de blog de música seria esse, se não falasse de Michael Jackson?

Porém, caso o incauto eventual leitor ainda esteja por aqui, prometo que o enfoque desse post vai ser diferente. Sério.

Ok, você ainda está lendo? Obrigado. Vamos lá, então: Tudo que citei acima, mostra nas entrelinhas que há algo mais que sensacionalismo de imprensa e os modismos que de vez em sempre aparecem por essas terras. Mostra o tamanho da importância de Michael Jackson como ícone da cultura pop. E ficam também algumas questões no ar: haverá uma figura que chegue a estas proporções no meio musical? há ainda, no contexto do cenário atual, possibilidades de aparecimento de mega-ídolos do tipo?E porquê pergunto isso?

Bem, nós pouco nos damos conta, mas vivemos num período de transição no mundo da música, onde a indústria cultural, as grandes gravadoras , estão a cada dia sentindo os reflexos da troca de arquivos e dos downloads de música. Além disso, mais e mais grupos e cantores -independentes ou não- surgem divulgando seus trabalhos, numa onda frenética, numa avalanche de música como nunca se viu antes e de tal forma que é impossível estar antenado com tudo. Fora isso, ainda existem as celebridades-relâmpago, aquelas que depois de 15 minutos, desaparecem, tal qual profetizou Andy Warhol(alguém aí pensou no Big Brother e no ídolos?).Ou seja: estamos na era do tudo-ao mesmo tempo-agora. E volta a questão: ainda há espaço para ídolos nesse admirável mundo novo da música?

Na minha humilde opinião: sempre haverá ídolos no meio musical. Isso porque o ramo da música depende disso, já que, se uma banda lança um trabalho,alguém vai gostar. Logo, um público, ainda que pequeno, vai se formar. E aí se a hipotética banda conseguir se firmar, será apresentada a outro tipo de público: os fãs. E aí eles se tornam ídolos. Mesmo que seja de cinco pessoas, mas serão ídolos de alguém.É uma equação até que bastante simples, se vista dessa forma. Mas não é assim tão fácil...

Porém: o surgimento de ídolos na proporção de Michael Jackson, nesse contexto atual que citei, acredito que é muito difícil. E porquê?

O aparecimento de um mega-ídolo requer todo um trabalho, não só musical, mas também financeiro e de marketing. O cara pode ter muito talento, mas pra chegar ao menos perto de onde Michael chegou, tem que ter uma enorme estrutura por trás (sem maldade aqui, hein?), e que envolve milhões. E tal estrutura requer uma indústria musical com $aúde financeira para bancar tudo, além de gente disposta a comprar qualquer coisa que tenha estampada a imagem do astro. As pessoas têm que não só gostar dele, mas amá-lo. E aí entra o marketing. E aí vão mais milhões...
Além do mais, para além de toda a questão mercadológica, Michael Jackson tinha, inegavelmente, um talento fora do comum, reconhecido desde sua infância. Porém, mesmo sendo um excelente artista, milhões foram gastos para se promover sua imagem. Um ídolo não chega a tal da noite para o dia, e nem totalmente do nada. Precisamos enxergar além do mito.

É isso, senhoras e senhores. Não vou me alongar mais. Concluo minha tese acreditando que no contexto atual, não há condições de surgir alguém do nada e se transformar num superastro. A indústria ainda movimenta milhões, mas também está tendo prejuízos a cada ano, vendo o seu negócio passar por um período de mudanças que ninguém sabe aonde vai dar. Assim, fica difícil manter aquela estrutura que mencionei, sem falar na enorme enxurrada de novos nomes que presenciamos por esses dias, os quais nem sabemos se durarão, independente de seu talento ou até da falta dele.

Agora deixe-me ir, pois bateu uma vontade danada de ouvir Thriller.
E se você também quiser ouvir Thriller, acesse o link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=AtyJbIOZjS8&feature=fvst


Até a próxima.








Um comentário:

  1. huehuehuehuehue, é mesmo viu, to ate pensando em baixar aki o meu cd d thriller... uhehuehue, brincadeira. michael sempre foi uma referencia para mim com relação ao seu perfil artistico. definitivamente ele se eternizou. porem suas atitudes escandalosas fizessem com q eu procurasse menos suas apresentações. enfim, ele viveu como deveria, agora basta a memoria do rei do pop, q seja em thriller ou em qualquer uma de suas musicas marcantes, michael viveu

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