segunda-feira, 20 de julho de 2009

DISCOS DE PRATELEIRA do Roque de Mesa

Gostaria de ter pensado num nome mais criativo, até inédito, para o que estou propondo nessa recém-inaugurada sessão do blog, mas não consigo pensar num mais apropriado que este. Foi tudo o que meus neurônios puderam conceber, antes de se encaminharem para o assunto que virá adiante- não posso abusar dos coitados...
Sim, essa sessão que proponho aqui tratará de discos -campeões de vendagem ou não- que representem algo para os autores do blog, portanto, as opiniões aqui expressas são totalmente pessoais. Falar-se-á (mesóclises, amo-as. Sempre fazem o texto e o autor parecerem inteligentes) aqui de discos que nos marcaram, de alguma forma, e o porquê (na medida do possível) destes terem lugar privilegiado nas memórias musicais dos elementos que fazem esse blog.
Sem mais embromações, vamos ao primeiro, que é...




Sim, eles mesmos. Sou fã desses caras. Quem me conhece sabe disso, e se não sabe, saberá, bastando pra isso deixar um violão em minhas mãos.
Gosto de muitas bandas, mas apenas 4 posso considerar como "bandas do coração"( um termo meio emo, mas na falta de outro, vai esse mesmo): Legião Urbana, Los Hermanos, os Beatles e, claro, os Mamonas.

E por quê logo os Mamonas?

Simplesmente porque, se não fosse esses caras, talvez eu nem gostasse, ou, pior, nem conhecesse as outras bandas que mencionei. Os Mamonas Assassinas trouxeram para mim o universo do rock. Foi ouvindo esse disco que comecei a apreciar de verdade o som da distorção de uma guitarra. Na época, eu era um moleque que ouvia axé (era o maior fã de Asa de Águia da vizinhança) e minhas pretensões musicais resumiam-se a tocar percussão em uma banda do estilo, em cima de um trio elétrico em micaretas. E, se não tivesse existido essa banda, esse disco, me pergunto:estaria realmente fazendo isso?
Porém, deixando de lado as teorias e voltando ao tema...
É um disco alegre, irreverente, escrachado, pouco recomendável para pessoas da minha faixa etária à época, mas que mesmo assim conquistou de forma avassaladora as crianças de então. Ainda mais se lembrarmos que as músicas continham palavrões e versavam sobre "suruba" (que ninguém daquela idade nem sonhava do que se tratava) e até zoofilia (!)("comer tatu é bom, que pena que dá dor nas costas, porque o bicho é baixinho, e é por isso que prefiro as cabritas"...). Nada disso passava pela cabeça das crianças da época. Porém, a maneira como esses temas eram abordados era de forma até leve, se compararmos com outras músicas que rolam por aí hoje (funk carioca? hã?), e "suavizadas" pelo humor. Talvez esteja aí o apelo com as crianças, e o fato dos pais terem permitido a audição desses versos em volume estridente nos aparelhos de som. Sei lá. Só sei que eu achava massa.

E Tudo isso, claro, com ótimos arranjos instrumentais, onde se sobressai a enorme versatilidade dos caras ao transitarem por diversos estilos - Pagode, Baião, Brega,entre outros - e mesclá-los com a pegada do Rock.

Em suma: a audição desse disco mudou minha vida no que se refere à música. E muita gente por aí da minha faixa de idade que também curte Rock n`roll talvez tenha começado a ouvir esse estilo também por influência do quinteto de Guarulhos, e talvez não tenha se dado conta disso ou não queira admitir...

Obrigado, Mamonas Assassinas!

Um comentário:

  1. Perguntada, minha mãe disse à época que suruba era "quando um monte de gente namora junto" :D
    Pra vocês verem como ser pai/mãe é difícil e como a minha é boa nisso!

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